ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: O aparelho quadrihélice (Quad-helix) e suas variações

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O aparelho quadrihélice (Quad-helix) e suas variações





Neste artigo de 2006, publicado pela Revista Dental Press, pelo autor Dr. Mario Sergio Duarte, Especialista e Mestre em Ortodontia. Professor Pesquisador do Programa de Mestrado e Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia do CPO São Leopoldo Mandic, Campinas, SP. Doutorando em Ortodontia pelo CPO São Leopoldo Mandic - São Paulo. Mostra a eficiência dos vários desenhos do aparelho quadrihélice, de Ricketts, na correção das desarmonias dentoalveolares.

Juntamente com o arco utilidade e as mecânicas seccionais, o aparelho quadrihélice tornou-se parte integrante da técnica bioprogressiva, pois confere rapidamente uma forma harmoniosa ao arco superior, a qual repercute no arco inferior. O aparelho quadrihélice foi introduzido por Ricketts em 19752 , e é uma modificação do aparelho “W”, de Porter. Foi usado, inicialmente, com grande sucesso, pelo autor, no tratamento precoce dospacientes fissurados com deficiências unilaterais ou bilaterais.

A expansão ocorre desde que a força aplicada no complexo dentoalveolar seja superior aos limites do movimento transversal ortodôntico, ou seja, a partir de 3 newtons para uma criança. O aparelho comprime os ligamentos periodontais, desloca os processos alveolares, inclina os dentes de ancoragem e abre gradualmente a sutura mesopalatina. A grande modificação criada por Ricketts no aparelho de Porter foi a confecção de quatro loops helicoidais, os quais acrescentaram
um adicional de fio que varia de 40 a 50mm. Tal modificação teve o propósito de suavizar a magnitude de força e promover, desse modo, uma ação mais contínua (devido ao maior alcance de ativação pelo fato de o fio ser mais longo), bem como uma série de outras modificações, que serão descritas neste artigo. Ele é fabricado com fio elgiloy azul .040”, da Rocky Mountain Orthodontics (EUA) e, para maior conforto do profissional ou técnico de laboratório, dever ser confeccionado com o alicate 065 da marca Orthopli (EUA).

O quadrihélice deve ser soldado nas bandas dos primeiros molares superiores (embora alguns clínicos o utilizem encaixado nos tubos palatinos das bandas dos molares superiores), devendo os seus braços, que se localizam na região do palato, atingirem os caninos decíduos ou permanentes. Os dois loops helicoidais posteriores devem ser bem adaptados ao palato para não agredirem a língua e tão pouco o músculo palato-faríngeo; além disso, o seu segmento anterior deve ser contornado – não confeccioná-lo reto – assentando sobre a primeira rugosidade do palato; assim como as ativações devem ser feitas no segmento lateral e não no segmento anterior do aparelho, para não interferir no posicionamento da língua. Após o descruzamento da mordida cruzada, dependendo da severidade do caso (fatores etiológicos e idade cronológica do paciente), recomenda-se deixar o braço lateral do quadrihélice em contato com a superfície palatina dos dentes látero-posteriores durante a fase de nivelamento e alinhamento do arco dentário.

O sucesso no tratamento das mordidas cruzadas posteriores, bem como das discrepâncias transversais dos arcos dentários, depende da competência do profissional em diagnosticar corretamente essas manifestações, como também em indicar os aparelhos adequados. Dentre os inúmeros aparelhos utilizados, o quadrihélice pode ser uma alternativa eficiente no tratamento das discrepâncias transversais (unilateral ou bilateral), atuando tanto no reposicionamento dentário quanto no redirecionamento do crescimento mandibular, desde que seja empregada, juntamente com esse protocolo de tratamento, a ancoragem cortical nos molares inferiores.

O quadrihélice mostra ser um instrumento valioso no restabelecimento da forma do arco superior, contribuindo, desse modo, para a melhora dafunção (devido às várias formas de construção), bem como da fisiologia respiratória. Além disso, ele auxilia na mecânica imposta ao arco inferior, no que diz respeito ao tratamento transversal dos dentes mandibulares, e abrevia significantemente o tempo de nivelamento e alinhamento dentário.

Ele também é muito eficiente na rotação e distalização dos molares superiores, promovendo o bloqueio dos molares superiores, o que é desejado no tratamento das más oclusões da Classe II de Angle. Assim, ele restabelece a profundidade de arco adequada, viabilizando espaços para todos os dentes do arco superior.


Link do artigo a integra via Scielo:

http://www.scielo.br/pdf/dpress/v11n2/a16v11n2.pdf

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