Neste artigo de 2008, publicado pela Revista Stomatos, pelos autores Betina Hummes, Amanda Moesch, Luis Eduardo Schneider, Kalinka Crivellaro Crusius, Paulo Valério Presser Lima, Sandro Grasselli, Ricardo Guilherme da Silva Krause; do Curso de Odontologia da Universidade Luterana do Brasil (Canoas/Rio Grande do Sul); Revisa a literatura de forma a esclarecer as complicações decorrentes do tratamento cirúrgico da defi ciência transversa de osso maxilar.
O termo deformidade facial refere-se às alterações esqueléticas ocorridas na face do paciente, causando a perda da harmonia entre as estruturas bucofaciais. O desequilíbrio entre as estruturas esqueléticas e dentárias pode acarretar distúrbios funcionais e insatisfação estética, que, por sua vez, podem culminar na marginalização do indivíduo e na exclusão social.
A deformidade facial pode surgir isoladamente em um maxilar ou pode se estender para diversas estruturas craniofaciais. Elas podem ocorrer uni ou bilateralmente e podem ser expressas em graus variados nos diferentes planos faciais: transversal, vertical e horizontal (Dimitroulis, 1998).
Dentre as deformidades faciais existentes, as deformidades transversas do osso maxilar são as mais recorrentes. A defi ciência transversa de maxila só apresentará características estéticas quando associada a deformidades ântero-posterior. A má oclusão pode ser do tipo classe I, II ou III e está sempre caracterizada pela mordida cruzada lingual superior.
Dentre as deformidades faciais existentes, as deformidades transversas do osso maxilar são as mais recorrentes. A defi ciência transversa de maxila só apresentará características estéticas quando associada a deformidades ântero-posterior. A má oclusão pode ser do tipo classe I, II ou III e está sempre caracterizada pela mordida cruzada lingual superior.
A correção cirúrgica das deformidades faciais percorreu, através da cirurgia ortognática, um longo caminho desde sua introdução no século XIX. Os avanços técnicos cirúrgicos, como na fixação interna rígida e nos meios diagnósticos, tornaram possível a correção de tais deformidades de forma precisa e segura. Contudo, apesar de várias pesquisas elucidarem aspectos importantes em relação às cirurgias ortognáticas (permitindo melhora no desenho das osteotomias, melhora da qualidade de fixação óssea e melhores condições de previsão de resultados), uma situação é clara e inquestionável: como em todo procedimento cirúrgico, as complicações podem e certamente vão ocorrer em algum momento da vida profi ssional do cirurgião (Ayoub et al., 2001; Müller, 2003).
As complicações na cirurgia de expansão de maxila não são de responsabilidade exclusiva do cirurgião bucomaxilofacial. Muitas das complicações são também de responsabilidade do ortodontista que está trabalhando no caso (Sarver, Sample, 1999). Portanto, cabe a estes dois profi ssionais ter conhecimentos de bases biológicas, das limitações das técnicas e do potencial de complicação de cada decisão, para serem capazes de antecipar e reverter, quando possível, resultados potencialmente desfavoráveis (Müller, 2003).
COMPLICAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS
Na fase préoperatória, serão tomadas decisões que infl uenciarão todo o plano de tratamento, portanto, complicações oriundas desta fase podem trazer conseqüências desastrosas para o objetivo fi nal. Dessa forma, indicamos, a seguir, algumas situações que podem interferir no resultado do tratamento.
. Comunicação deficitária
. Diagnóstico incorreto ou exames incorretos
. Avaliação sistêmica e psicológica do paciente
COMPLICAÇÕES TRANSOPERATÓRIAS
Na fase trans-operatória, o procedimento cirúrgico será realizado e todas as complicações e ou difi culdades advindas desta fase deverão ser diagnosticadas e solucionadas nesse mesmo momento. Falhas no planejamento na fase pré-operatória, o desconhecimento de anatomia, da técnica cirúrgica e a falta de habilidade por parte do cirurgião-dentista podem ter conseqüências problemáticas:
. Desenho da incisão e/ou osteotomia inadequados
. Desvio do septo nasal
. Lesão dentária ou injúria nervosa
. Hemorragia transoperatória
. Perfusão deficiente
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
Na fase pós-operatória, os cuidados pertinentes a recuperação do procedimento cirúrgico devem ser realizados. Todas as complicações e ou difi culdades advindas desta fase deverão ser diagnosticadas, solucionadas e monitoradas:
. Recidiva
. Fístula arteriovenosa
. Infecção
. Hematoma
. Fístulas buco-nasais
. Pseudo-artrose
. Disfunção da trompa de Eustáquio
. Hemorragia tardia
. Sinusopatias
. Problemas periodontais
. Injúria nervosa
. Aparelho expansor palatino solto
As complicações devido ao tratamento cirúrgico da defi ciência transversa da maxila são indesejáveis tanto por parte do profi ssional, quanto para o paciente. Para a prevenção de tais complicações, é necessário seguir o protocolo e a técnica corretamente, nas fases do pré, trans e pós-operatórias.
Na fase pré-operatória, é necessário que um correto diagnóstico seja realizado. A comunicação entre o ortodontista e cirurgião bucomaxilofacial é outro aspecto de relevância, pois esse é um tratamento realizado multidisciplinarmente.
Na fase do trans-operatória, para que tudo ocorra com sucesso, é fundamental que a equipe conheça seu paciente e a deformidade que pretende tratar, realizando um planejamento sobre o caso. O profi ssional deve estar capacitado para realizar uma cirurgia de tamanha responsabilidade.
Na fase do pós-operatório, é indispensável fazer o acompanhamento do paciente e, caso ocorra algum imprevisto, é necessário que o profi ssional esteja disponível para tratar qualquer complicação.
Link do artigo na integra via Ulbra:
O link sofreu mudanças... Segue abaixo o link do artigo na íntegra
ResponderExcluirhttp://www.ulbra.br/odontologia/stomatos/v14n27jul-dez2008/63.complicacoes.pdf
Obrigado
Ricardo Krause