Neste artigo 2009, pela revista Dental Press, pelos autores Camila Belo Falcão, Adriano Marques Brito, Fernando Jorge Mendes Ahid; da UNESP/Araraquara - São Paulo e Universidade Federal do Maranhão - UFMA. Avaliou a influência do tipo de tratamento superficial da porcelana na resistência adesiva da colagem de braquetes ortodônticos e o modo de fratura após a descolagem.
Com a introdução do condicionamento das superfícies de esmalte com ácido fosfórico, por Buonocore (em 1955), e com o advento da resina composta, por Bower (em 1963), a colagem de braquetes ortodônticos em esmalte usando a técnica adesiva tornou-se prática rotineira, deixando em desuso o sistema de cimentação de bandas em dentes anteriores.
Desse modo, a colagem de braquetes representou um dos mais significativos avanços da Ortodontia na montagem de aparelhos ortodônticos. A colagem tem muitas vantagens sobre a bandagem na prática ortodôntica. Molares colados demonstram menor acúmulo de placa, inflamação gengival e perda de inserção interproximal de tecido conjuntivo, tanto em adultos como em adolescentes. A colagem de braquetes é mais estética, em áreas visíveis, podendo ser realizada onde a bandagem é difícil ou fisicamente impossível, como em dentes com irrupção parcial ou pontes fixas. Outra importante vantagem proporcionada pelo sucesso da técnica de colagem é a eliminação de algumas fases do tratamento, como, por exemplo, a separação dos dentes.
Por outro lado, para a obtenção do sucesso na colagem ortodôntica, vários fatores devem ser levados em consideração, tais como: a superfície a ser colada, seu preparo, tipo de material de colagem, conformação da base do braquete e a resistência adesiva nas interfaces superfície/material e material/braquete.
Para um material de colagem ser considerado ideal, deve apresentar as seguintes características:
possuir força de adesão suficiente para resistir às forças ortodônticas e àquelas decorrentes da mastigação de alimentos; ser atóxico; apresentar tempo de trabalho compatível com as necessidades clínicas; não danificar a superfície colada; ser insolúvel aos fluidos bucais; não sofrer alteração de cor e possibilitar a remoção do aparelho, sem provocar danos à superfície colada.
possuir força de adesão suficiente para resistir às forças ortodônticas e àquelas decorrentes da mastigação de alimentos; ser atóxico; apresentar tempo de trabalho compatível com as necessidades clínicas; não danificar a superfície colada; ser insolúvel aos fluidos bucais; não sofrer alteração de cor e possibilitar a remoção do aparelho, sem provocar danos à superfície colada.
Da mesma forma, uma grande preocupação na colagem reside no potencial retentivo dos braquetes. A colagem direta desses dispositivos pode trazer resultados nem sempre satisfatórios, de acordo com alguns fatores ligados ao retículo retentivo (base do braquete), pois a presença de pontos de solda grosseiros entre a tela e a base propriamente dita, o calibre do fio da tela usado e o jateamento da base podem influenciar na sua fixação final.
Quando uma força é aplicada a um material, diversos fatores podem influenciar sua resistência adesiva, dentre eles encontra-se a resistência ao cisalhamento, que ocorre quando uma porção plana do material é forçada a deslizar sobre outra porção ou, em outras palavras, quando a união entre o adesivo e o dente é quebrada por uma força que trabalha paralelamente à superfície dentária.
Para obter-se retenção em porcelana, existem as seguintes possibilidades: a retenção micromecânica, a retenção química e a combinação dessas. A retenção micromecânica pode ser obtida mediante a asperização da superfície ou com a criação de microrretenções. A asperização é realizada utilizando-se pontas diamantadas, discos diamantados, jateamento, ácido hidrofluorídrico de 8 a 9% ou pedras asperizadoras. Já a retenção química pode ser alcançada com a utilização do silano, que é um agente que promove a ligação química entre a porcelana e o adesivo do compósito.
A adesão em porcelana é recente na Odontologia, bem como na Ortodontia. Existem vários métodos e possibilidades de colagem de braquetes diretamente à superfície da porcelana. Porém, pesquisas recentes apresentam opiniões divergentes sobre manter ou remover o glazer da porcelana, utilizar ou não o silano na colagem, e sobre qual é o melhor adesivo e a melhor resina.
O objetivo deste estudo foi avaliar, in vitro, a influência dos vários tipos de tratamentos da superfície da porcelana na resistência adesiva da colagem de braquetes ortodônticos sob tensão de cisalhamento e o modo de fratura após a descolagem.
Com base na metodologia desenvolvida e nos resultados dessa pesquisa, podemos concluir que:
• Não houve diferença estatisticamente significativa na resistência adesiva entre os vários tratamentos da superfície de porcelana na colagem de braquetes ortodônticos, sob tensão de cisalhamento.
• O modo de fratura, após a descolagem, foi, em sua grande maioria, na união adesivo/braquete.
Link do artigo na integra via Scielo:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-54192009000300014
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