Neste artigo publicado agora em 2008 pela revista Dental Press o Dr. Marcos A. Lenza, Chefe do departamento de Crescimento e Desenvolvimento (Ortodontia e Odontopediatria) e coordenador do programa de pós-graduação em Ortodontia (mestrado e doutorado) da Faculdade de Odontologia da Universidade de Nebraska - EUA. Fala um pouco deste "revolucionario" sistema que muitos acham e falam que é atualissimo, mas sua concepção vem desde 1935.
O interesse em se corrigir uma má posição dentária esteve presente mesmo antes da era Angle. Este interesse veio sempre associado a novas invenções tecnológicas. Kingsley (1825-1896) desenvolveu a tração occipital e o plano inclinado. Farrar (1839-1913) já desenvolvia um interesse mais aguçado pela biologia da movimentação dentária e pelo estudo da mecânica dos movimentos. Da mesma forma, desenvolveu dispositivos para a correção de rotações dentárias e expansão da maxila com parafuso expansor. Angle (1855-1930) não só contribuiu para a Ortodontia como ciência, mas patenteou inúmeros aparelhos ortodônticos.
Nestes últimos 10 anos, pode-se observar uma proliferação de aparelhos pré-ajustados com tecnologia de dispositivos autoligáveis. Segundo os seus idealizadores, quando associados ao uso de fios superelásticos com formato mais expansivo, permitem ao profissional a obtenção de excelentes resultados, sem a necessidade de extração de prémolares, além de propiciarem uma força “fisiológica” leve e contínua para movimentação dentária, gerando baixo nível de atrito e resultando em um tratamento finalizado em um menor período de tempo.
Apesar do seu uso ser relativamente recente, os braquetes autoligáveis não são novidade na Ortodontia, tendo sido descrito pela primeira vez por Stolzenberg, em 1935. Hoje, ganharam enorme popularidade em todo o mundo, pois, na era digital, as “novidades” são transmitidas muito mais rapidamente.
Toda uma filosofia de tratamento em Odontologia deveria estar alicerçada em evidências científicas, como vem acontecendo desde os primórdios da Ortodontia. Entretanto, atualmente, por força de uma campanha de marketing agressiva por parte dos fabricantes, tem-se observado a indicação de um novo tipo de braquete – autoligáveis, associados a fios ortodônticos de formato mais expansivo – para todos os indivíduos, independente do padrão facial ou tipo de má oclusão.
Há necessidade de novos estudos para avaliar o efeito desta expansão promovida pela técnica dos braquetes autoligáveis com arcos expansivos. A falta de mais evidências científicas não nos permite apenas contemplar os resultados estéticos. A Ortodontia como ciência tem a sua história. Não se pode permitir que haja a substituição dos princípios fundamentais que são inerentes a esta história pelo modismo atual de uma nova técnica. É preciso se preocupar...
Link do Artigo na Scielo:
http://www.scielo.br/pdf/dpress/v13n6/02.pdfDr. Marcos Lenza:
Sistemas AutoLigaveis:
http://www.speedsystem.com/HTML/the_speed_appliance/how_speed_works/01_understanding_speed.htmlhttp://www.gacintl.com/UserFiles/File/literature/WP_Righellis.pdf
http://www.americanortho.com/pdfs/catalog_web.pdf#Page=6
http://www.ormco.com/index/damon
http://www.forestadent.com/en/news/001a.php?PHPSESSID=c4aa8a7b185d0544b86d8c5d8a36727f
http://www.aditek.com.br/site_pt/stream_video/video_a.html
http://solutions.3m.com.br/wps/portal/3M/pt_BR/3MUnitek/Home/SolucoesOrtodontia/BracktesAutoLigados/SmartClipMBT/
É claro que os "modismos" existem em todas as áreas do conhecimento humano. Mas também há que se lembrar que, o bom senso, deve sempre prevalecer. Os bráquetes autoligáveis são SIM uma excelente opção de tratamento, sem, entretanto, deixarmos de lado os princípios básicos da Ortodontia que são o diagnóstico e o plano de tratamento, observando fundamentos tais como: análise facial, padrão,etc
ResponderExcluirConcordo com você Rúbia, mas infelizmente muitos acham que estes aparatos são o que há de mais atual na nossa especialidade e infelizmente a revolução não são os braquetes e sim os fios com ligas que dão cada vez mais segurança na mecânica ortodontica. É claro que estes novos fios + os braquetes auto-ligáveis são um grande passo, aumentando desta forma, a eficiência na mecanoterapia ortodontica.
ResponderExcluirConto sempre com suas participações.
Atenciosamente,
Marlos Loiola
Olá, discordando um pouco da colega os aparelhos autoligáveis estão longe de ser "modismo". Eles existem há muito tempo, como citado no texto. Na minha opinião o mais importante fator que torna estes aparelhos melhores que os outros é o seu baixo atrito com os arcos. Simples assim.
ResponderExcluirEu tenho experiência com o Damon e posso afirmar é impressionante como o arco desliza com os braquetes fechados. Praticamente todo o alinhamento pode ser feito com o arco niti 0.014 ( termo para os casos mais apinhados). É preciso colocar um stop para que o arco não saia pelos molares.
Para o profissional que tem um pouco de experiência e conhecimento não é dificil decidir entre qual o caso que deve ser tratado com ou sem extração ou expansão.
Estes tratamentos expansionistas propostos por boa parte dos autores que vêm divulgando estes aparelhos serão brevemente elucidados com o uso de tomografias.
Na minha opinião as pessoas que estão divulgando estes aparelhos estão pecando por que o foco da propaganda está na resolução de apinhamentos severos sem extração, etc. Enquanto que na verdade deveriam focar no que realmente importa que é o baixo atrito, que é um dos maiores problemas dos aparelhos atuais.
estou realizando uma linha de pesquisa com autoligaveis na minha especializaçao com amostras comparativas verso braquetes nao auto ligavel,gostaria receber relatos de tratamento com os autoligaveis para ter uma maior margem de experiencia para minha pesquisa.desde ja agradeço.
ResponderExcluirEstou realizando uma pesquisa sobre o uso do policarbonato em braquetes autoligáveis e gostaria de maiores informações sobre o assunto.
ResponderExcluirLina
Gostaria de maiores informações sobre o uso do policarbonato em bráquetes autoligáveis
ResponderExcluirBom, eu acho que autoligáveis ou não, não é o que importa. O importante é: "O quê você vai fazer com algo e por quê".
ResponderExcluirUse os bráquetes auto-ligáveis para um fim específico que voçê vislumbrou, para algo que seu diagnóstico e planejamento apontou.
Sempre pense no seu planejamento, dai você pode incorporar qualquer coisa que venha favorecer seu plano de tratamento. Não se prenda a "soluções milagrosas".
O fato de voçê necessitar, ou não, de extrações "nunca", e eu reafirmo: "nunca", "never", "niente", estará associado ao tipo de bráquete que você usa.
Afirmo e reafirmo. Use sempre o que for melhor para o seu caso específico, "sempre"! A Ortodontia é ciência, e ciência só funciona quando pensamos na "solução" e nunca no veículo que nos levará até ela.