ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Intervenção ortocirúrgica em paciente adolescente com acentuada displasia esquelética de Classe III

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Intervenção ortocirúrgica em paciente adolescente com acentuada displasia esquelética de Classe III



Neste artigo de 2007, publicado pela revista Dental Press, pelos autores Andressa Otranto de Britto Teixeira, Paulo José Medeiros, Jonas Capelli Junior; da UERJ - Rio de Janeiro. Abordam os beneficios e limitações do tratamento Ort0-Cirurgico precoce em pacientes portadores da má-oclusão Classe III de Angle .

A má oclusão de Classe III de origem esquelética é caracterizada por discrepância ântero-posterior entre as bases ósseas, que pode ser devida à deficiência da maxila, ao excesso mandibular ou à combinação de ambos. Estas anomalias levam a alterações expressivas do perfil facial do paciente, muitas vezes com conseqüências psicossociais importantes.

As terapias para tratamento da displasia estão relacionadas com o potencial do crescimento do indivíduo. Quando o paciente encontra-se na fase de 8 a 10 anos, ou seja, na fase pré-surto de crescimento puberal, uma abordagem precoce é indicada com uso de tração reversa da maxila, normalmente acompanhada de disjunção palatina. Com esta abordagem procura-se obter um incremento do tamanho da maxila, junto a uma rotação horária da mandíbula, conseguindo-se uma melhor relação entre esses ossos e uma oclusão satisfatória. Quando o paciente é adulto e o crescimento já cessou, o tratamento vai ser decidido entre os procedimentos de camuflagem, caso a displasia não seja muito significativa, e os procedimentos ortocirúrgicos clássicos, podendo envolver avanço de maxila, recuo da mandíbula ou procedimentos combinados. O problema quanto à decisão terapêutica está na abordagem das Classes III com envolvimento esquelético significativo na fase onde certamente a abordagem preventiva não mais surtirá efeito, mas ainda há crescimento.

A indicação formal de tratamento seria aguardar o fim do crescimento para poder se estabelecer um tratamento ortocirúrgico convencional. Para tanto, é necessário que o paciente atravesse toda a fase da adolescência com uma deformidade facial que pode gerar uma condição estética seriamente comprometida, acarretando uma baixaaceitação social perante o seu meio.

A má oclusão de Classe III tem recebido especial atenção dos ortodontistas, desde as primeiras publicações que relataram este desvio da normalidade. A má oclusão de Classe III é caracterizada por uma discrepância esquelética ântero-posterior, podendo ou não estar acompanhada por alterações verticais, mas comumente com alterações transversais associadas. Estas discrepâncias esqueléticas provocam alterações no posicionamento dos dentes inter e intra-arcos. O aspecto facial fica comprometido nesses pacientes, sendo justamente esse fator que os motiva a procurar tratamento para esse tipo de má oclusão.

A cirurgia precoce para tratamento da Classe III pode ser indicada quando o paciente estiver com grande comprometimento psicossocial ou funcional.

Para que essa terapia possa ser indicada critérios ortodônticos, como pouca discrepância intra-arco e possibilidade de preparo pré-cirúrgico sem grandes recolocações dentárias, devem ser observados.

Um segundo tratamento ortocirúrgico provavelmente se fará necessário após o término do crescimento. Esse tratamento não deve ser considerado como tratamento de rotina, mas sim como uma possibilidade terapêutica para casos criteriosamente selecionados.

Link do Artigo na Integra via Scielo:

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