Neste artigo de 2007, publicado pela revista Dental Press, pelos autores Andressa Otranto de Britto Teixeira, Paulo José Medeiros, Jonas Capelli Junior; da UERJ - Rio de Janeiro. Abordam os beneficios e limitações do tratamento Ort0-Cirurgico precoce em pacientes portadores da má-oclusão Classe III de Angle .
A má oclusão de Classe III de origem esquelética é caracterizada por discrepância ântero-posterior entre as bases ósseas, que pode ser devida à deficiência da maxila, ao excesso mandibular ou à combinação de ambos. Estas anomalias levam a alterações expressivas do perfil facial do paciente, muitas vezes com conseqüências psicossociais importantes.
As terapias para tratamento da displasia estão relacionadas com o potencial do crescimento do indivíduo. Quando o paciente encontra-se na fase de 8 a 10 anos, ou seja, na fase pré-surto de crescimento puberal, uma abordagem precoce é indicada com uso de tração reversa da maxila, normalmente acompanhada de disjunção palatina. Com esta abordagem procura-se obter um incremento do tamanho da maxila, junto a uma rotação horária da mandíbula, conseguindo-se uma melhor relação entre esses ossos e uma oclusão satisfatória. Quando o paciente é adulto e o crescimento já cessou, o tratamento vai ser decidido entre os procedimentos de camuflagem, caso a displasia não seja muito significativa, e os procedimentos ortocirúrgicos clássicos, podendo envolver avanço de maxila, recuo da mandíbula ou procedimentos combinados. O problema quanto à decisão terapêutica está na abordagem das Classes III com envolvimento esquelético significativo na fase onde certamente a abordagem preventiva não mais surtirá efeito, mas ainda há crescimento.
A indicação formal de tratamento seria aguardar o fim do crescimento para poder se estabelecer um tratamento ortocirúrgico convencional. Para tanto, é necessário que o paciente atravesse toda a fase da adolescência com uma deformidade facial que pode gerar uma condição estética seriamente comprometida, acarretando uma baixaaceitação social perante o seu meio.
A má oclusão de Classe III tem recebido especial atenção dos ortodontistas, desde as primeiras publicações que relataram este desvio da normalidade. A má oclusão de Classe III é caracterizada por uma discrepância esquelética ântero-posterior, podendo ou não estar acompanhada por alterações verticais, mas comumente com alterações transversais associadas. Estas discrepâncias esqueléticas provocam alterações no posicionamento dos dentes inter e intra-arcos. O aspecto facial fica comprometido nesses pacientes, sendo justamente esse fator que os motiva a procurar tratamento para esse tipo de má oclusão.
A cirurgia precoce para tratamento da Classe III pode ser indicada quando o paciente estiver com grande comprometimento psicossocial ou funcional.
Para que essa terapia possa ser indicada critérios ortodônticos, como pouca discrepância intra-arco e possibilidade de preparo pré-cirúrgico sem grandes recolocações dentárias, devem ser observados.
Um segundo tratamento ortocirúrgico provavelmente se fará necessário após o término do crescimento. Esse tratamento não deve ser considerado como tratamento de rotina, mas sim como uma possibilidade terapêutica para casos criteriosamente selecionados.
Link do Artigo na Integra via Scielo:
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