Neste artigo de 2003, Publicado pela Revista Dental Press, pelo Dr. Alberto Consolaro, Professor Titular em Patologia Bucal pela Faculdade de Odontologia de Bauru - SP. Dismistifica um pouco alguns receios que o profissional venha a ter no decorrer de um tratamento Ortodontico e desmente algumas "lendas" que pairam sobre a especialidade.
A constante remodelação óssea apresenta velocidades de renovação diferentes para cada região do esqueleto. O turnover ósseo na maxila e na mandíbula está entre os mais lentos. A velocidade está na dependência das características funcionais e estruturais de cada osso.
Em função destas características, um medicamento para influenciar no turnover dos maxilares deve ser ingerido em altas doses e por longos períodos. Este medicamento influenciará mais rapidamente o turnover de outras áreas esqueléticas e tardiamente, nos maxilares. Os contraceptivos, apesar do uso prolongado, apresentam doses mínimas de hormônios, insuficientes para influenciar significativamente no turnover ósseo.
A efetividade de um medicamento para interferir no turnover ósseo maxilar deve se basear em um efeito altamente específico para esta região ou então sua aplicação deverá ser local.
Este raciocínio pode ser utilizado para entender por que os medicamentos ingeridos pelos pacientes durante o tratamento ortodôntico não interferem significantemente na velocidade da movimentação dentária. Para isto acontecer, a dose deve ser alta e o período de ação muito prolongado. Analgésicos e antiinflamatórios, apesar de atuarem sobre certos mediadores locais do turnover ósseo, são administrados em doses pequenas e em períodos curtos. Os corticosteróides podem levar à osteoporose quando administrados por longos períodos e doses elevadas, mas nos maxilares isto só acontecerá em fase muito avançada, pelo turnover muito lento; muito antes disto porém, a doença será detectada e o tratamento com a droga redimensionado.
Ler trabalhos sobre a influência de medicamentos na movimentação dentária requer cuidado: são experimentais e para detectar os efeitos dos medicamentos sobre os tecidos, as doses são elevadas e os períodos muito longos, se considerarmos o tempo de vida destes animais. O rato, por exemplo, vive em média 1,5 ano e submetem-no a medicação por 2 a 3 meses, o equivalente a 1/6 da sua vida média. Desta forma se observarão microscopicamente os efeitos dos medicamentos nos tecidos, mas a extrapolação para a clínica requer uma boa dose de responsabilidade.
Por fim uma pergunta: você teve, ouviu dizer ou leu sobre algum caso clínico com problemas durante o tratamento ortodôntico porque o paciente ingeria algum tipo de medicamento?
Link do artigo na integra via Scielo:
caro colega
ResponderExcluirexcelente o assunto abordado.
Aproveitando que estamos falando de consolaro,é possivel falar algum sobre rabsorção radicular?
Parabéns,espero que todos os dias encontre sempre essas novidades.
Comandante da tropa armada.
Rs... Meu amigo Alexandre, é um prazer ter vc participando do Blog. Irei por em breve um artigo sobre reabsorçao radicular.
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