Neste artigo de 2008, publicado na revista Dental Press, os autores Luciana Rougemont Squeff, Michel Bernard de Araújo Simonson, Carlos Nelson Elias e Lincoln Issamu Nojima, do Rio de Janeiro. Fizeram um estudo interessante e aprofundado da qualidade dos mini implantes ortdonticos mais utilizados no Brasil, realizado em laboratórios. Entre os riscos de inserção do mini implante, a fratura deste é uma das intercorrências que mais o preoculpam os operadores.
O diâmetro reduzido do mini-implante, e a decorrente facilidade na sua inserção, minimizam a possibilidade de erro do operador e de contato entre a rosca do mini-implante e a raiz dentária. Entretanto, o risco de fratura da peça aumenta à medida que seu diâmetro é diminuído. Os mini-implantes são, em sua maioria, confeccionados de liga de titânio. Variam quanto à forma, design e medidas, de acordo com a marca comercial. Possuem três porções distintas: cabeça - área para instalação de dispositivos ortodônticos; porção transmucosa ou pescoço - região existente entre a porção rosqueável e a cabeça do implante (geralmente lisa, acomoda os tecidos peri-implantares)e porção rosqueável - parte ativa do miniimplante.
O risco de fratura está intimamente relacionado ao diâmetro do implante utilizado, uma vez que, geralmente, ocorre em casos de implantes de diâmetro muito fino ou cujo pescoço não seja resistente o suficiente para suportar a tensão no momento da sua remoção. Para evitar tal incidente, deve-se utilizar peças cônicas de diâmetro apropriado para a qualidade do sítio ósseo escolhido. A fratura também pode ocorrer por falha do operador, em caso de aplicação de força excessiva na colocação de mini-implante do tipo auto-rosqueável ou autoperfurante. Outro problema comum advém da utilização de miniimplantes com porção transmucosa mal polida, o que predispõe à infecção nos tecidos locais.
O objetivo da pesquisa foi caracterizar, num estudo in vitro, mini-implantes de ancoragem ortodôntica de cinco diferentes fabricantes (SIN, INP, Conexão, Neodent e Mondeal), em relação à topografia, ensaio mecânico de torque até a fratura e design da peça, apresentando dados que auxiliem na produção e qualidade de miniimplantes nacionais, o que irá promover o maior aproveitamento dos mesmos na utilização como reforço de ancoragem ortodôntica.
Os mini-implantes ortodônticos são fabricados com a liga Ti-6AL-4V, diferente dos implantes dentários osteointegráveis, que são, geralmente, fabricados com titânio comercialmente puro. Isso se dá, basicamente, pelos seguintes motivos: os mini-implantes são menores em diâmetro que os implantes convencionais, sendo assim, faz-se necessária a utilização de material de maior resistência mecânica que o titânio comercialmente puro, como é o caso da liga Ti-6AL-4V. Esta liga possui características inferiores ao titânio comercialmente puro, em relação à bioatividade, o que faz com que a qualidade de osteointegração seja menor e a facilidade de remoção maior; além disso, os sistemas de mini-implantes baseiam-se na estabilidade mecânica primária (inicial), e não na estabilidade secundária, advinda da osteointegração.
Após caracterização da topografia e design dos mini-implantes estudados, bem como do teste de torque, o estudo concluiu que todos os miniimplantes testados estavam aptos à utilização clínica como reforço de ancoragem ortodôntica.
Link da Scielo do Artigo na integra:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe !