ORTODONTIA CONTEMPORÂNEA: Ortodontia e a Genética

quarta-feira, 5 de junho de 2019

Ortodontia e a Genética




Neste artigo de 2019, publicado pela Dental Press Journal of Orthodontics, pelo Autor Alexandre R. Vieira, do Departmento de biologia Oral, School of Dental Medicine, University of Pittsburgh (Pittsburgh/PA, EUA). Relata que a genética tem sido proposta como uma explicação para a ocorrência das más oclusões, mas isso é questionável, pois a percepção do significado de herança genética está vinculada à herança mendeliana ou monogênica.

O artigo discorreu sobre a herança das más oclusões e ressaltar as áreas do conhecimento nas quais a pesquisa tem explorado mecanismos que explicam a ocorrência de desvios do padrão de crescimento facial. Há interesse em entender como as más oclusões se desenvolvem. Muitos pesquisadores abordam a questão explorando uma hipótese mecanicista. A definição de trajetórias de crescimento pode ajudar a entender os padrões esperados, mas não fornece uma explicação do motivo pelo qual tais eventos ocorrem.

Sabendo que a má oclusão é influenciada por mais de um gene e que esses casos são clinicamente heterogêneos, primeiro foi proposto abordar a questão estudando casos clinicamente bem caracterizados.  A ideia de que deformidades craniofaciais e maloclusões podem ser influenciadas por fatores não diretamente relacionados à base esquelética é intrigante. 

Uma percepção de simetria entre os dois lados da face define atratividade. Desvios dessa harmonia, que são chamados de assimetria, trazem desconforto e baixa auto-estima. Em geral, os lados direito e esquerdo do rosto se espelham, e manter a simetria é aparentemente importante para a definição da linha média. As proteínas esquerdas são responsáveis por interromper a simetria do corpo para poder permitir o posicionamento normal do coração, pulmões e estômago. Na face, um evento semelhante de expressão do "esquerdismo" ocorre apenas no lado esquerdo, que não foi identificado no lado direito,  e essa diferença pode explicar, pelo menos em parte, por que as fendas afetam o lábio ocorrem duas vezes mais lado esquerdo. Da mesma forma, a assimetria facial é tipicamente encontrada no lado esquerdo.

O Autor conclui que as maloclusões têm um padrão complexo ou multifatorial de herança, onde mais de um gene está envolvido no desenvolvimento do fenótipo. Há também a possibilidade de que o ambiente influencie as más oclusões. No entanto, a genética não é sinônimo de um conceito determinista em que um único gene, segregando em famílias, determina a maloclusão.

Link do Artigo na Integra via Scielo:

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