Neste artigo de 2005, publicado pela Revista Dental Press, pelos autores José Antônio Pereira Caricati, Acácio Fuziy, Paulo Tukasan, Omar Gabriel da Silva Filho, Maria Helena Ocké Menezes; da Faculdade de Ciências Odontológicas da Universidade de Marília - UNIMAR e do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HRAC-USP). Mostra o passo a passo da confecção deste interessante aparelho de contenção em Ortodontia.
A instabilidade pós-tratamento ortodôntico costuma acompanhar todas as más oclusões corrigidas, tanto no que se refere à relação intra-arcos (rotações, apinhamentos, espaços) como inter-arcos (sobremordida, mordida aberta, mordida cruzada), contrariando os objetivos cultuados pelos ortodontistas e almejados pelos leigos. Considerando a relação intra-arcos, ganha enfoque especial a irregularidade dos incisivos, sobretudo os inferiores, pela freqüência com que ressurge. Logo, o empenho do ortodontista não se resume em tratar a má oclusão, mas também garantir alguma estabilidade para a oclusão tratada. E, realmente, isso é tão ou mais complicado do que tratar. É desse comportamento que brotou e se consolidou a prática da contenção constituindo parte do tratamento ortodôntico, sendo seu último estágio.
O vocábulo “recidiva” denota reincidência do problema. Literalmente, o termo se aplica ao reaparecimento de qualquer irregularidade já tratada, em qualquer época após a suspensão do aparelho ortodôntico. No caso particular do apinhamento anterior, a literatura pertinente denuncia que a estabilidade do alinhamento, especialmente inferior, é muito pobre nos casos tratados ortodonticamente. Isso significa que toda movimentação dentária induzida na região anterior está sujeita à recidiva, o que justifica o número surpreendente de publicações pertinentes. No entanto, há que se fazer uma ressalva teórica. Para o apinhamento anterior torna difícil diferenciar entre recidiva, se o que ocorreu foi uma volta à má oclusão inicial, e ajuste maturacional, comportamento independente do tratamento prévio e que ocorre rotineiramente nos casos não tratados. De fato, mais importante que fazer o diagnóstico diferencial, muitas vezes impossível, entre recidiva e ajuste maturacional diante da irregularidade pós-tratamento, é identificar o impacto que tal acontecimento acarreta para a oclusão e para o paciente e planejar a sua correção, se esta for a conduta mais coerente.
Nenhuma recidiva é tão esperada pelo profissional quanto a recidiva do apinhamento anterior, especialmente no arco dentário inferior. Ela se concentra na região ântero-inferior, podendo incluir os caninos na irregularidade, independentemente de como o caso foi tratado, se com extração de pré-molares, extração de incisivo inferior, desgaste interproximal anterior ou com expansão. Para contornar esse problema os ortodontistas têm lançado mão de aparelhos passivos, denominados “aparelhos de contenção”, com a finalidade de garantir estabilidade na posição dentária deixada pela mecânica ortodôntica.
Os protocolos de contenção pós-tratamento ortodôntico mais convencionais incluem a placa de Hawley superior e a contenção fixa inferior 3x3, com tempos variáveis de uso. Via de regra, a placa de Hawley é usada por um período de 1 ano enquanto a contenção fixa inferior estende-se de 3 a 5 anos. Mas, não está descartada a possibilidade de uso eterno, se a estabilidade perene é almejada.
Recentemente, a literatura divulgou um aparelho contensor removível de material termoplástico em substituição aos contensores fixos ou para ser usado em concomitância com a contenção fixa 3x3, chamado Osamu, nome do seu criador, Osamu Yoshii. O contensor Osamu está indicado principalmente para contenção intra-arcos, tanto superior como inferior, embora também seja usado para corrigir posições dentárias individuais durante a fase de contenção. Capelozza Filho disponibiliza ainda, em seu livro, a aplicação da placa Osamu para contenção da compensação dento alveolar inferior nos padrões III.
Conclusões
O presente artigo de divulgação demonstra a confecção laboratorial do contensor removível Osamu. Dentre as suas vantagens destaca-se a facilidade de construção laboratorial, a aplicação simplificada por ser um aparelho removível, custo reduzido, ausência de interferência na fala, boa aceitação pelos pacientes por ser estético, higienização simples e dispensa ajustes na instalação. O paciente tem a liberdade de usar a contenção por períodos predeterminados, como por exemplo, para dormir.
Link do artigo na integra via Dental Press:
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