Neste artigo de 2010, publicado pela Dental Press Journal Orthodontics, pelos autores Márcio de Menezes, Chiarella Sforza; do Departamento de Morfologia Humana e Ciências Biomédicas da Universidade de Milão, Itália. Mostra mais uma inovação de diagnóstico na Ortodontia Contemporânea.
Como a antropometria facial desempenha um papel importante no diagnóstico de diversas síndromes, diferentes áreas que trabalham com as estruturas da face (Odontologia, Cirurgia Plástica e Craniomaxilofacial, Otorrinolaringologia) estão cada vez mais interessadas por novas tecnologias que promovam um correto diagnóstico e preparação do plano de tratamento de pacientes que serão submetidos a tratamentos ortodônticos, cirurgias ortognáticas, cirurgias plásticas da face, diagnóstico de malformações congênitas ou adquiridas e pesquisas morfométricas.
A marcação de pontos craniométricos representa uma ligação entre a antropometria convencional e a digital: a antropometria convencional identifica os pontos faciais e, através deles, realiza medições utilizando paquímetros, réguas cefalométricas, etc. Fundamentalmente, a antropometria digital capta as posições dos pontos identificados na face, e usa as coordenadas X, Y e Z para cálculos baseados na geometria euclidiana: distâncias lineares e ângulos. Associados com as medidas clássicas, cálculos matemáticos e geométricos permitem análises mais complexas como estimativas de volume, área da superfície, análises de simetria, avaliação de formas, utilizando os mesmos pontos já computados.
Dois grupos principais de instrumentos podem ser utilizados na antropometria facial em 3D: instrumentos de contato (digitalizadores eletromagnéticos e eletromecânicos, sondas ultrassônicas) e instrumentos ópticos ou de não-contato (laser scanner, instrumentos óptico-eletrônicos, topografia Moiré, estereofotogrametria). Todos esses instrumentos não são invasivos e nem nocivos, não provocando dor ou desconforto aos pacientes. Entretanto, ambas as modalidades desses instrumentos possuem vantagens e limitações que devem ser consideradas de acordo com os problemas a serem investigados e os recursos disponíveis.
Um método de análise morfométrica quantitativa ideal para a avaliação de pacientes deve:
• ser não-invasivo;
• ser de baixo custo;
• ser rápido (obtenção das informações através de uma técnica simples e que promova captação e armazenamento dos dados digitais tridimensionais da morfologia facial);
• possibilitar a criação de um banco de dados;
• possibilitar a visualização, simulação e análise quantitativa do tratamento.
As sondas ultrassônicas e os digitalizadores eletromagnéticos ou eletromecânicos estão entre os mais utilizados. O método de ultrassom é amplamente adotado em exames de pré-natal e a utilização de imagens intrauterinas e reconstruções 3D da face do feto está se tornando uma prática comum. Entretanto, a sua aplicação no pós-natal é limitada, sendo somente para avaliação da espessura do tecido mole que recobre a face. Digitalizadores eletromagnéticos e eletromecânicos fornecem as coordenadas tridimensionais dos pontos de referência demarcados previamente na face, que correspondem diretamente às estruturas anatômicas e antropométricas dos indivíduos analisados, ou seja, as coordenadas são obtidas ponto por ponto.
Os métodos mais utilizados dessa categoria são os lasers scanners e os sistemas de esterofotogrametria. O laser scanner ilumina a face com uma luz laser de baixa potência e, assim, câmeras digitais captam a luz refletida; as informações de profundidade são obtidas por meio de triangulação geométrica. Os sistemas de estereofotogrametria, que vêm sendo amplamente estudados e aplicados, utilizam fontes de luz padrão ou convencionais para iluminar a face, e duas ou mais câmeras fotográficas sincronizadas salvam as imagens utilizando diferentes angulações. A calibração prévia do sistema fornece informações matemáticas necessárias para a reconstrução estereoscópica da face. O sistema pode, também, registrar a textura facial e combinar as informações tridimensionais com uma precisa reprodução de todas as características faciais.
Instrumentos ópticos não necessitam de contato com a pele dos pacientes, o que elimina o risco de compressão cutânea, evitando danos ou erros na mensuração.
Link do artigo na integra via Scielo:
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